O Bétula 2011 está no top do que de melhor bebi neste Verão.
Sinceramente, a edição de 2011 foi uma revelação. Os anteriores já provados
tiveram boas notas, nomeadamente a colheita de 2010, que mereceu 7,5 pontos. Este
bateu-o.
.
Bateu-o porquê? Porque revelou uma frescura, uma vivacidade,
uma gulodice tranquila, uma companhia no prato, um regalo na conversa e
sorrisos como poucos. A colheita de 2011 assumiu-se bem mais complexa do que as
anteriores, mais viva, com carácter sereno e felino, com seu passo galante.
Nada de tropicalismos madurinhos, sem pêssego nem mangas maduras, sem fumados
excessivos. Não! Antes acidez deslumbrante, ananás doce (única tropicalidade),
lima, limão, salsa, cebolinho, rocha… Primavera, com Sol e vento.
.
Como habitualmente, o produtor enviou duas garrafas, o que
permite melhor aferição. É que embora subjectiva, a minha opinião (como todas,
mesmo as «científicas») pôde beneficiar com a dupla.
.
Perante a festa da primeira prova, decidi levar o vinho a um
outro limite. Verti-o em copo bojudo, largo, balão, muito visto para tourigas
nacionais. Uau! Um pulo de mineralidade e uma frescura herbácea… menos ananás,
mais lima.
.
Esta referência merece destaque: muitas vezes bons vinhos
são meros trabalhos técnicos, este mostra bem a identidade do ano. O ano
passado foi elogiado e este branco prova-o. Francisco Montenegro, o enólogo,
merece ovação de pé, e o produtor umas grandes palmadas nas costas. Boa malha!
.
.
.
Origem: Regional Duriense
Produtor: Quinta do Torgal
Nota: 8/10
.
Nota 1: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
.
Nota 2: E desta vez não impliquei com o viognier e o sauvignon blanc no Douro...
1 comentário:
O Francisco Montenegro é genial!
Enviar um comentário