quarta-feira, julho 08, 2009

Old Madeira Wine Malmesey Solera 1880

As palavras saem mais facilmente para criticar do que para aplaudir. Não acontece só comigo, é humano e talvez só os Santos sejam diferentes. Por outro lado, é difícil explicar os esplendores. Como definir, para além dos chavões habituais, o prazer que uma coisa dá?
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Vou pelos chavões habituais: nariz complexo e elegante, onde sobressaía o caramelo, a baunilha, as passas e especiarias. A boca com uma doçura aveludada, elegante e gulosa. Uma óptima forma física.
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Mais não sei dizer; só que a casa que o produziu foi criada apenas três anos antes deste vinho, em 1877.
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Agradeço ao meu amigo SGC ter-me dado a provar esta pomada.
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Origem: Madeira
Produtor: H. M. Borges
Nota: 9/10

Muralhas de Monção Rosé 2008

Gosto do Muralhas branco. Penso ser um vinho honesto, descontraído e feliz com a comida. Por isso, fui esperançado no irmão rosado desse vinho Verde. Contudo, a aposta não mereceu. Este não merece comida nem grande convívio.
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Eu, que normalmente me marimbo para a relação entre a qualidade e o preço, aprecio esse equilíbrio no Muralhas Branco. Coisa que não existe no Rosé. A garrafa custou menos de quatro euros e não merecia mais do que um euro e meio.
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O tio dum amigo meu arreliava-se quando abria uma garrafa de Vinho do Porto com algum porte e lhe diziam que era docinho, banalizando e desvalorizando a nobreza do vinho. Pois, por analogia e por castigo digo deste vinho que é fresquinho. Tão simplesmente porque se bebe a uma temperatura feliz para a canícula.
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No nariz lembra rebuçado. Na boca é dum doce enjoativo e desinteressante. O que tem de frescura de temperatura física, mérito do arrefecimento artificial, falta-lhe em frescura natural. É um aborrecimento. Não gostei também de ser frisante.
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Não digo que o vinho seja mal feito, porque quem o faz já deu muitas e regulares provas de saber fazer vinho. Digo é que há momentos e produtos infelizes. As uvas que o fizeram mereciam descanso e não prensagem. Só por serem quem são é que subo meio ponto à mais baixa das minhas classificações positivas.
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Adega Cooperativa de Monção
Nota: 3,5/10

terça-feira, julho 07, 2009

Monsaraz Rosé 2008

Achei-o melhor para uma tarde bem passada à conversa do que para uma refeição... eventualmente para uma sobremesa de fruta. O mal que lhe vejo é também o seu trunfo: o doce. Pelo estilo não vou lá, mas reconheço-lhe potencial. No nariz lembra-me sobretudo morangos, mas onde se revela mais interessante é na boca, que se faz lembrando compota de amoras. Pelo preço vale bem a pena.
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Origem: Alentejo
Produtor: Carmim
Nota: 5/10