Há coisas que tenho dificuldade em definir. Às vezes consigo
em longas deambulações, nem sempre bem centradas, nem sempre afinadas, nem
sempre acertadas. O que se pode dizer de um vinho?
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Embirro com descritores, tantas vezes não dizem nada e muitas
outras dizem o que todos os concorrentes, jornalistas, bloguistas, lojistas e
curiosos repararam no contra-rótulo.
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Não estou a dizer que não tenha usado ou não use descritores.
Apenas me fartei de escrever descrições redutoras. Frutos do bosque ou notas
balsâmicas – mais outras – há com fartura, do excelente ao desinteressante.
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Outra ferramenta é a adjectivação do tempo ou considerando-o
como substantivo – é livre. É um vinho moderno, clássico, com conceito inovador
ou à moda antiga.
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Ora, aí está alguma coisa em que acredito ser mais
interessante e ajustado. Para quem gosta de cor na escrita, a fruta e as flores
vêm (finalmente) dar uma ajuda.
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Isto vem a propósito da colecção que a firma Messias me fez
chegar para que:
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1) Os provasse.
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2) Os bebesse – relembro que não sou crítico,
apenas amador interessado e assumo a falta de condições perfeitas para prova e
que o meu blogue é, todo ele, emocional e subjectivo.
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O motivo do envio não é meu. A opção de beber, em vez de
provar, é minha.
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Esta colecção é difícil de explicar. Há um Douro, um Dão e
vários da Bairrada complexa. Isto, só por si, não é bom nem mau. Mas esta
«dificuldade» é parte do charme bairradino.
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Não tenho nada contra os vinhos muito alcoólicos desde que
tenham acidez, o que tantas vezes não acontece. No caso destes Messias há uma
frescura natural auxiliada pelo baixo teor alcoólico.
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Vinhos frescos e pouco alcoólicos são um perigo!... Aqui
devia entrar um bonequinho amarelo a piscar um olho. Perigosos porque vão
contentemente tomar-nos sem revolução.
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Regressando à colecção… e pondo o Douro à parte… tenho
dificuldade em discernir se são modernos ou clássicos, embora tenda para um
desenho mais conservador. Aqui entra outra complicação: o estilo da casa e/ou
do enólogo.
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Quanto a mim, não os querendo colocar nos modernos ou
clássicos, nem marcar com a assinatura imperativa do técnico superior, afirmo
que respeitam a tradição da casa. Não são os vinhos de antigamente, mas não são
da moda.
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E identidade, que implica carácter, é algo que valorizo
muito.
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A diversidade desta colecção, separando-os e atando-os, não
me permite valorizar ou penalizar qualquer um destes vinhos. Aqui junto o Dão à
Bairrada. O Douro, entre o meu afecto e o estilo da casa, pontuo-o
solidariamente.
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Quinta do Valdoeiro Branco Colheita 2015
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Origem: Bairrada
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Vinhos Messias
Nota: 7/10
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Quinta do Valdoeiro Tinto 2012
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Origem: Bairrada
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Vinhos Messias
Nota: 7/10
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Quinta do Valdoeiro Baga Chadonnay 2013 [Espumante]
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Origem: Bairrada
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Vinhos Messias
Nota: 7/10
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Messias Grand Cuvée Brut Milésime 2012 (Método Clássico) (Baga,
Bical e Chardonnay)
Origem: Bairrada
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Vinhos Messias
Nota: 8/10
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Quinta do Penedo Tinto 2012
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Origem: Dão
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Vinhos Messias
Nota: 7,5/10
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Quinta do Cachão Tinto 2013
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Origem: Douro
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Vinhos Messias
Nota: 7/10
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