segunda-feira, agosto 20, 2007

Château La Grave 1988

Um vinho muito equilibrado, muito fino e elegante, a notar-se na boca fruta confitada. Com quase 20 anos ainda aguentará mais alguns... se as rolhas o permitirem, pois já estavam quase a irem-se embora.

Origem: Saint-Emilion
Classificação: Grand Cru
Produtor: Raby Saugeon
Teor alcoólico: 12,5%
Nota: 8/10

segunda-feira, agosto 13, 2007

Inveja nos bolsos

Se não tenho capacidade de apreciar, por que tenho sentidos? Se não tenho dinheiro para apreciar, para que tenho conhecimento? Se não tenho amigos para partilhar, para que tenho eu um Petrus?


Nota: Quem diz Pétrus, diz Château Margaux, diz Château Lafite Rothschild, diz Château Mouton Rothschild, diz Château Latour, diz Châteu Le Pin, diz Château Haut-Brion, diz Chateau d'Yquem... isto só para não sair dos Bordéus.

quarta-feira, agosto 08, 2007

O chá da tarde

São 16h00 e está na hora de tomar chá. Ao contrário da indicação do senso comum, é às 16h00 que se deve tomar o chá. Serve-se primeiro ao próprio e depois as restantes pessoas em ordem ascendente de importância ou cerimónia. (No protocolo oriental não sei se vigoram as mesmas regras de etiqueta).
A descoberta do chá, enquanto bebida, ocorreu por volta de 2730 A.C., reinava na China o Imperador Xen Nung. Em 729 D.C. é referenciado, pela primeira vez, no Japão, no reinado do Imperador Xomu. A primeira menção ao chá feita por europeus aconteceu em 1560 e pela mão dos portugueses.
O primeiro carregamento de chá terá chegado à Europa no começo do século XVII. A entrada na Inglaterra aconteceu por meados desse século e pela mão de Dona Catarina de Bragança, como presente de casamento (e mais terras na Índia) ao seu noivo, que reinou como Carlos II. Desde então, o chá foi aumentado a sua importância e reputação na Grã-Bretanha até se tornar na bebida preferida.
Porém, a história do chá na Europa não se resume a Portugal e Grã-Bretanha. Em 1680, em França, terá sido adicionado, pela primeira vez, o leite. Já o cerimonial é um contributo inglês, tendo as regras sido fixadas pela Duquesa de Bedford em 1820.
A fama e a procura de chá levou a uma corrida dos comerciantes pelo seu abastecimento. Foi o tempo dos clippers, navios velozes que disputavam o fornecimento de chá do ano à Grã-Bretanha.
O Ceilão, actual Sri Lanka, é hoje uma referência produtora desta bebida. O mesmo acontece com a região indiana de Darjeeling, situada no Estado de Bengala Ocidental, no sopé dos Himalaias, e com a de Assam, no extremo oriental daquele país. Contudo, estas terras só conheceram o plantio na década de 30 do século XIX. O Quénia, outra região famosa, tornou-se produtora em 1903.
Tal como acontece com outros bens alimentares, a proveniência é importante. As regiões acima referidas são das mais valorizadas. Porém, tal como nos outros casos, há quem viva da ilusão e do engano. Só para se ter uma ideia, a região de Darjeeling produz anualmente entre 8.000 e 11.000 toneladas de chá, mas estima-se que no mercado mundial sejam transaccionadas 40.000 de chá como tendo dessa proveniência.
O chá vem, sobretudo, da Ásia, onde vigoram os climas tropical e subtropical, moldados pelas monções, propícios à Camelia sinensis. Além do mais, aquele continente tem outra vantagem: abundância de terrenos aráveis em altitude. Porém há também produção na Europa, mas limita-se à região portuguesa dos Açores.
Em chinês existe um caracter para chá. No entanto, não há um só falar, pelo que a palavra tem diversas pronuncias. O certo é que existe uma junção de som «te» e «ch», o que resultou em diferentes usos no Ocidente. Assim, há línguas que adoptaram o primeiro som (inglês, francês, etc) e outras o segundo (português, russo, etc).
O chá não é todo igual, sendo o verde e o preto os mais conhecidos. Mas a estes há que juntar o vermelho, o amarelo, o branco e o oolong. Para todos os chás existem diferentes variedades de Camelia sinensis. Os processos de produção variam de tipo para tipo. O processo de produção do chá amarelo assemelha-se ao verde, mas regista uma secagem das folhas mais lenta. O chá verde é assim designado devido à ligeira oxidação das folhas. O chá preto é o que apresenta maior oxidação. O oolong conta com uma oxidação intermédia entre o verde e o preto. O vermelho apresenta uma oxidação próxima do preto e obtém-se a partir de folhas fermentadas. O chá branco obtém-se a partir de folhas jovens e sem a oxidação das mesmas.
Quanto a preferências, cada um tem a sua. Por regra prefiro o verde e, depois, o preto... uma certa falta de excentricidade.

Nota: Pintura de Jean-Baptiste Chardin.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Greatwall

Consta que os chineses andam com vontade de apostar no vinho e que têm feito notáveis progressos. Contudo, o vinho lá é um produto elitista e a referência é a França. Trouxeram-me um cabernet (sem mais indicação sobre qual será, mas provavelmente sauvignon) da China. A garrafa não apresenta data, coisa que estranhei, uma vez que o rótulo era preciosista quanto à casta, escrita em caracteres orientais e latinos. O vinho provou-se desenchabido e desinteressante, sem aroma que lhe valesse. Uma miséria! Assim, não vão lá! E será que os elitistas enófilos chineses, cheios de manias e preconceitos de admiração face aos vinhos franceses tragam bem esta mistela? Ou será que o conhecimento vínico se resume ao rótulo, proveniência e preço? Constou-me que sim. Deixem estar!...

Origem: Shacheng (?)- China
Produtor: Greatwall Brand
Teor alcoólico: 11,5%
Nota: 2/10

Feteasca Neagra

Trouxeram-me este vinho como curiosidade. Ao que parece anda bem cotado lá para os lados de Bucareste (foi o que me disseram e vendo o peixe pelo preço que o comprei). Estranhei não ter data, facto que me pôs o pé atrás. Só posso dizer é que se este vinho é, de facto, bem cotado na Roménia, por lá o gosto e o conhecimento por vinho é rasteiro. A beberagem até levou uma adição de açúcar. É uma xaropada doce e pior que muitas sangrias. Blheque! :-p

Origem: Moldávia romena
Produtor: Bucium
Teor alcoólico: 10,5%
Nota: 1/10

quinta-feira, agosto 02, 2007

Catarina 2005

É refrescante, é frutadinho (sem exagero)... é o que apetece num dia quente de Verão.

Origem: Regional Terras do Sado
Produtor: Bacalhôa Vinhos
Teor alcoólico: 13%
Nota: 5/10