O vinho tinto Monte da
Ravasqueira Vinha das Romãs 2011 foi seleccionado para integrar uma acção de
promoção de vinhos portugueses, a realizar a bordo da Business Class dos aviões
da Cathay Pacific, a partir de 14 de Agosto, anunciou a empresa.
a garrafeira do infotocopiável. mim ninguém me vinifica!... e a opinião é assumidamente subjectiva.
domingo, junho 29, 2014
quarta-feira, junho 25, 2014
O que não como
Estou de dieta e apetece-me um bolo... .
Entro na pastelaria e digo:
Entro na pastelaria e digo:
.
– Bom dia, quero um pastel de nada, por favor.
.
– Não será um pastel de nata?
.
– Não! É um pastel de nada!
.
– Um pastel de nada?
.
– Sim, estou de dieta...
.
– Não estou a perceber...
.
– Oh, senhor... um pastel de nata é como as sardinhas. Ambos
são símbolos gastronómicos portugueses... ambos não como... um não devo e outro
não posso.
.
– Ah! Então quer o quê?
.
– Uma bica curta em chávena fria.
.
– Aqui tem...
.
– Obrigado, mas o seu conceito de curto é igual ao meu de
meia chávena.
.
– Aqui as bicas curtas são como os pastéis de nada... não
existem.
.
.
.
Nota: Não sei como engavetar esta obra na lista dos conceitos... escultura ou pastelaria? Ou escultura em pastelaria. Vou tentar comunicar com o autor, Sérgio Dias.
Elogio à clínica Dentária de São Paulo – não é publicidade mas seja o que quiserem
Não tenho a certeza se valorizamos a boca, sobretudo por
dentro. Desconfio que a boca é como as mães, só nos lembramos quando nos faz
falta, por vezes já no outro lado da vida. Tal como uma mãe, a boca
alimenta-nos.
.
Dentro da boca cabem o doce, o salgado, o amargo, o ácido e
o umami, e o prazer que deles se consegue. Mesmo quem não tem prazer ou grande
prazer com a mesa tem preferências.
.
Supostamente todos os dias lavamos os dentes, pelo menos de
manhã e ao deitar. É uma obrigação de higiene e mesmo que não fosse seria de
respeito por causa do hálito. Claro que há campeões como o alho ou a cebola,
que se guardam e agarram tão bem que nem a pasta mais voraz os consegue retirar
completamente.
.
Bem, há a obrigação da lavagem, mas lembramo-nos deles
quando nos doem e temos de correr para o dentista. Ou quando a velhice nos tira
e a mastigação se torna difícil. Há as próteses, pontes, implantes, coroas,
aparelhos, a cerâmica, o titânio, o ouro – alguns estarão repetidos, mas de material
de boca percebo pouco.
.
Por vezes os dentes zangam-se com os alimentos frios e
quentes. Dão coices que lançam dores até aos ouvidos.
.
Há a língua, que é uma chatice na cadeira do dentista,
porque se mexe e dificulta o trabalho ao doutor. Quando a trincamos... ui! Dor
tão incomodativa quanto a de morder as paredes da boca.
.
A mesa – a boca por arrasto – é uma secretária para negócios
vários, seja ela mesmo de tabuleiro e pernas ou seja no chão com os convivas à
volta. Julgo que em todos os povos o momento da comida tem alguma solenidade.
Do nascimento, ao simbolismo da procriação, que é o casamento, ao falecer.
.
Reis e presidentes de república dão recepções em seus
palácios em que o banquete é obrigatório quando o convidado é importante e se
vai demorar uns dias. Há as chatérrimas conversações para comprar a porcaria
dum tapete, supostamente exótico, nos países árabes. As boas-vindas nas tribos
de toda a parte. Por aí, por aí e adiante.
.
Há o protocolo da mesa, que se divide entre a habilidade de
maneio dos apetrechos e o modo de manifestar satisfação ou falta de educação.
Mastigar de boca aberta, causando sons pastelados e visões evitáveis, é comum
nos portugueses – penso que nem se apercebem ou são procedimentos que estão de
tal modo enraizados que não se liga – eu ligo. Há os arrotos que condenamos e
outros aplaudem. Há o educado e respeitoso sorver ruidoso e o desagradável
sorver ruidoso.
.
A boca – se pensarmos bem nela – gosta que as comidas
empratadas tenham uma ordem. Não por ritual, mas porque as determinações,
convencionadas após experiência, mas porque os sabores vão-se completando e sobem
nas intensidades.
.
Há bocas que não gostam de vinho e outras que ganham tanto
prazer. Alguns bebem de tudo e outros dispensam os aromas e sabores de cartão
molhado ou os que lembram estribarias. Quem diz prazer enófilo pode considerar
outra bebida.
.
Quanto ao álcool existem pessoas que, por segregarem
qualquer químico ou não segregarem – não sei – podem beber sem tino, porque o
sopro não acusa penalidades nos testes do balão que as polícias efectuam nos
auto-stopes ou nos acidentes.
.
Quando me nasceram os sisos, os do primeiro andar doeram-me
tanto que desejei ser uma ave ou enviar-me para o mundo dos espíritos. Doeram
para não dormir uma semana inteira e para chumbar num exame de condução, por
ter adormecido ao volante. Não fosse o examinador ter travado e um automóvel bem
estacionado teria sido abalroado. Simpático, o senhor engenheiro, como eram
conhecidos à época, compreendeu a situação e em vez de me chumbar escreveu que
não tinha comparecido ao exame – é que uma reprovação podia (pode) mandar o
candidato de volta para as aulas de código da estrada.
.
Nessa semana, a do Natal ou do Ano Novo, consegui falar com
o meu dentista. Não havia telemóveis nem emails e a clínica estava fechada.
Ainda assim dei com ele, que prontamente deixou o descanso para me aliviar. Deu-me
uma pirula mágica e a dor desapareceu... até às quatro da manhã, de madrugada,
e fiquei em claro. Bem me aconselhou, o doutor, a não fazer exame de
condução...
.
Foi o meu dentista durante quase trinta anos, mas agora
retirou-se. Disse-me, nessa vez, e lembrou-se noutras, que nunca vira sisos tão
grandes. Até afirmou que pareciam dentes de burro. Ah pois que doíam como
#*£@+$&!
.
Desde então que não sei o que é uma dor de dentes. Tenho,
por vezes, uns incómodos, umas coceguinhas irritantes... Como dizia, num
inquérito televisivo de rua acerca do frio – uma vaga de frio polar, diz-se
agora, dantes chamava-se Inverno – um ucraniano:
.
– Frio? Frio é na minha terra, na Ucrânia. Isto é talvez
fresquinho.
.
Assim são as minhas dores de dentes. Doem? Doer foram os
nascimentos dos sisos! Apanharam-me a boca, os ouvidos, os olhos, a testa, o
humor. Porra! Os de baixo não incomodaram, o que me leva a crer que sou menos
burro em baixo do que em cima – não sei se é bom se é mau, mas com a esperteza
dos asininos penso que ainda bem, seja o significado o que tiver de ser.
.
.
Bom, não vivo do vinho nem da comida, embora muita gente
pense que sim. Ganho a vida a escrever sobre economia e agricultura. Por isso,
a boca é-me muito útil. O olfacto também, mas escreverei acerca do nariz quando
tiver de ser – só digo que o cheiro a pescado é cicuta e arsénico para nariz e
entranhas gástricas.
.
O sorriso! O das mães, oh! O das avós, oh oh! O do pai, sem
oh! O dos avôs, leve oh! O dos amigos, qual oh?! O do ser amado, oh que dor tão
boa! O da sedução, ai! O da auto-estima, hum! O da vaidade, qualquer coisa oh!
.
Não me lembrei de escrever sobre a boca porque me olhei ao
espelho e conclui o quão belo sou. Tal como os olhos, a boca fala e não me
refiro à articulação dos sons, mas ao estado de ânimo.
.
Lembrei-me de escrever, há já umas semanas, porque o meu
dentista se retirou e eu estava com uma comichão num molar. Segui a sugestão da
amiga Sissi e apanhei o metro até ao Cais do Sodré. Atravessei a avenida 24 de
Julho, onde a Câmara Municipal de Lisboa se esqueceu de mandar pintar
passadeiras para peões e de pôr semáforos, ladeei, pela estrada, a esplanada do
Mercado da Ribeira que abusa de todo o espaço, virei à direita e cheguei à Praça
ou Largo de São Paulo – acho que é largo, mas na realidade é uma praça e bem
simpática, exceptuando o quiosque, onde os empregados são duma antipatia que
roça a falta de educação.
.
O Largo de São Paulo que, em tempos, frequentei à hora do
almoço. Ia porque encontrei paz na Igreja para rezar. Sou cristão não católico
e penso que se pode conversar, pedir e agradecer a Deus ou a entidades de
superior moral e espiritualidade, mas ali tinha paz e o coração enchia-se.
.
A Igreja de São Paulo, de suave barroco, estava a ser
restaurada e já conhecia de vista as restauradoras, acho que eram só mulheres.
Uma era bem gira, mas não reparava em mim, que estava tão solteiro e carente...
ai! Ai, o #*£@+$&! Não gosto de intimidades postas a público e muito menos
destas, cruas e verdadeiras.
.
De regresso ao passado próximo; estava adiantado na hora e
sentei-me nas cadeiras da esplanada do quiosque a beber uma Água das Pedras.
Olhava para o número 19 e pensava: que saudades vou ter do meu dentista!... os
dentistas são como os mecânicos de automóveis, quando encontramos um que nos
satisfaz, mais ninguém nos mete os dedos na boca.
.
.
Chegou a hora, subi ao primeiro andar, puxei a porta no
sentido contrário e, como sou burro – confira-se no que disse o meu anterior
dentista acerca dos meus sisos – insisti. O material tem sempre razão e cedi à
realidade. Entrei e sorriram-me.
.
Na mesa de vidro estão dois papéis. Um diz que tem livro de
reclamações e outro que tem livro de elogios – tenho de escrever neste.
.
Fui intervencionado e voltei. Voltarei até ter uma boca
nova.
.
Como bem sabeis, nestas crónicas gosto de pôr uma imagem ou
um vídeo no blogue joaoamesa.blogspot.com e no infotocopiavel.blogspot.com é
obrigatório.
.
Não colocarei a imagem referente à clínica, pois seria
publicidade e este é um texto de agradecimento aos doutores e à amiga Sissi,
que tem um miúdo que conheci desde o berço e hoje é homem feito e alto como o
#*£@+$&!
.
Não é publicidade, mas devo colocar o linque para o sítio nainternet. É este. Ide, ide quando tiverdes dores ou quando as quereis prevenir.
.
.
.
.
Nota: Pintura Bizantina de São Paulo, Escutura de Bernardí Roig, Pintura de Carlo Dolci de Santa Apolónia (padroeira dos dentistas», Vídeo do anúncio à pasta medicinal Couto.
sábado, junho 14, 2014
Ninfa Sauvignon Blanc 2013, Ninfa Rosé 2013 e Ninfa Tinto 2013
.
Tive a sorte de ter tido dois grandes professores de
português na Escola Secundária de Gil Vicente (Lisboa): Maria Joana Meira e
Adalberto de Azevedo. Passados 24 anos (deviam ter sido 26, mas como mudei de
área vocacional «perdi» dois anos – mas se soubesse o que sei hoje... ) tenho
algumas memórias já esborratadas e outras talvez inventadas – a memória também
se inventa e não mente necessariamente – e outras fiáveis, que são as que nunca
mudei e sempre contei da mesma forma.
.
Maria Joana Meira e Adalberto de Azevedo mais do que leccionaram
português e nele espetaram o Luís Vaz de Camões e o seu «Os Lusíadas». Ambos
Ensinaram (não costumo pôr maiúsculas em substantivos comuns, mas aqui
justifica-se) a obra genial... genial não é por ter dez cantos, estrofes de
oito versos com dez sílabas (algumas tónicas)... quem teve qualquer um desses
professores (ou algum grande professor) compreende
o que quero transmitir. Tinha 30 anos e presenciei a uma nova revelação: o
falecido actor Carlos César deu uma formação, de vários dias, e o material didáctico
foi «Os Lusíadas» e os materiais a voz e a interpretação. Pois, o nosso Camões
escreveu prosa em verso... já não bastavam a métrica e a rima e o exercício das
estrofes.
.
Tal como Dom Quixote de La Mancha, Luís de Camões foi um
fidalgo de triste figura, certamente presunçoso nos pergaminhos, que maquilhava
com engrandecimento o seu baixo grau de nobreza (classe social, entenda-se),
que infelizmente teve de bajular o malfadado Dom Sebastião e ver cair Portugal,
que tanto enalteceu, definhando no sangue da sucessão, passando dum clérigo
para outro e sabendo que o sangue real iria desaguar em Filipe II de Espanha,
que foi Filipe I de Portugal – um dos melhores que tivemos por monarca. Morreu
Luís Vaz de Camões a 10 de Junho de 1580 e chegou a Lisboa Dom Filipe a 12 de
Setembro do mesmo ano (coroado como Rei de Portugal em 1581).
.
Esta crónica não é um arengar de memórias, de história e de
literatura, mas penso que pode haver por aí uns distraídos que não saiba o que
são ninfas. Talvez esteja a ser presunçoso...
.
As ninfas são divindades femininas grega clássica – são porque
nunca morrerão enquanto houver ideias e cultura – muito ligadas à água e aos
rios. As do Tejo são as tágides, a quem Camões pediu inspiração.
.
Forçando um bocadinho, estes Ninfa são vinhos do Tejo. Mas
há mais: ninfa significava (tanta coisa) botão de rosa. E há uma rosa nestes
vinhos, a rosa azul, graal da botânica tal como a tulipa negra – impossíveis como
os sólidos impossíveis que António Quintas inventou para os rótulos. Sinceramente,
estes vinhos do meu homónimo dão-me um prazer leve de fruição.
.
.
.
O Ninfa Sauvignon Blanc 2013 não é um raça pura, pois tem,
no limite legal para monovarietal, fernão pires (15%). É um vinho bom amigo. É
muito mais do que um vinho de splash! Muito mais! Todavia, gostei dele a
conversar. Amigo silencioso a que se prestou atenção. Gostei tanto dele assim
que não o imagino ligado a um género alimentício concreto... mas assaltou-me,
agora mesmo, um queijo de cabra, dos pequeninos e salgados... não sei. Muito
fresco quer na acidez quer no que diz ao sentido do olfacto.
.
Não gostava de sauvignon blanc... mas mudei de opinião. Para
mim, o temperamento cosmopolita combina com a patusca fernão pires.
.
O Ninfa Rosé 2013 é outro belo conversador. Pode ir à mesa
com os suspeitos habituais e também à areia da praia ou à borda da piscina.
Fez-se com uvas alfrocheiro e aragonês, em partes iguais – diz o contra-rótulo,
mas não me admirava que por lá exista alguma touriga nacional escondida.
.
Touriga nacional tem o Ninfa Tinto 2012, mais alfrocheiro e
aragonês (deste não sei as percentagens... mistérios). Tal como os anteriores é
um vinho com frescura, não cansa. Acompanha bem... blá blá blá blá blá... já se
sabe violeta e cereja.
.
.
.
Ninfa Sauvignon Blanc 2013
.
Origem: Regional Tejo
Produtor: João M. Barbosa
Nota: 6/10
.
.
Ninfa Rosé 2013
.
Origem: Regional Tejo
Produtor: João M. Barbosa
Nota: 6,5/10
.
.
Ninfa Tinto 2012
.
Origem: Regional Tejo
Produtor: João M. Barbosa
Nota: 7/10
.
.
.
Nota 1: Estes vinhos foram enviados para prova pelo
produtor.
.
.
Nota 2: Talvez tenham achado o texto demasiadamente
longo, chato, desfocado... paciência. Para mim vinho é mais do que vinho. Diziam
os romanos que a viticultura era agricultura inteligente. Ita missa est!
.
.
Nota 3: Luís de Camões pedindo inspiração às tágides - pintura de Columbano Bordalo Pinheiro
sexta-feira, junho 13, 2014
Esporão Verdelho 2013 e Esporão Duas Castas 2013
E porque hoje é dia de Santo António e vem aí o São João e o São Pedro
saem a correr dois brancos frescos (frescos, não é gelados) dois brancos do
Esporão. Diferentes no carácter e amigos de profissão. Ambos vinhos de divertimento
e de mesa com comida. No primeiro caso... cuidado!... De tão bem feitos que são
manhosos (de manha no sentido de esperteza e sagacidade)... sobem, sobem.
.
Começar a escrever primeiro sobre qual? Pim! Pam! Pum! Cada bala mata um!
Verdelho 2013. Muito prazenteiro, sem tonelada alentejana, mas com substancia
carnura para trincar. Boa malha!
.
Quando falo em carnudo quero sublinhar a capacidade para ombrear com uma
carne branca, um grelhado no carvão. Tem frescura e prolonga-se na boca.
.
O segundo, o 2 ou Duas Castas... pronto! É o que se sabe! E quem não sabe
fica a saber: As minhas provas não são provas, são assumidamente subjectivas,
realizadas em momentos favoráveis ao prazer, têm em conta a qualidade
intrínseca, mas obedecem à ditadura do opinador... moi même.
.
Não sei se a casta antão vaz é obra do Diabo para me castigar ou se é de
Deus para me pôr à prova... Tem 70% de gouveio, o que é um alívio. Mas os
outros 30% estão lá. E chateiam-me!...
.
Benditos 70% de gouveio que me acalmaram!
.
Agora mais a sério. O Duas Castas é um vinho irrepreensível. Se o maltrato
é mesmo por antipatia com a casta e nada tem que ver com a equipa do Esporão,
que é gente que trabalha bem e de forma muito séria, com grande respeito por
valores a que dou importância: ambiente, património natural, património cultural e artes.
.
Não estou a dar uma no cravo e outra na ferradura ou a desculpar-me pela
chalaça – acho que quem me lê habitualmente já sabe desta minha antipatia, recíproca,
com a casta antão vaz. Se a casta fosse má ou não resultasse bem ou não
agradasse ao público ou fosse de difícil trato no Alentejo ninguém a
cultivaria.
.
Outra coisa é mentir ou fazer género ou «desculpar»... as regras do blogue
já foram apresentadas. Além de estar equilibrado, quero dizer bem temperado, é
um vinho que dará prazer a muita gente e gente que sabe apreciar. Disso não tenho qualquer dúvida.
.
Podia agora escrever a maçada dos descritores... não sei se alguém compra
um vinho por causa dos frutos vermelhos que diz no rótulo ou explica o crítico,
nem as flores de laranjeira ou a maçã verde. Esqueçamos isso. Apostem nestes
dois vinhos e ganham no convívio e na mesa.
.
Quanto a notas... chicote no antão vaz... Lamento, tem de ser... mas a
nota é bem positiva (e as positivas começam no 3).
.
.
.
Esporão Verdelho 2013
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 7/10
.
.
Esporão Duas Castas 2013
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 5/5
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.
quinta-feira, junho 12, 2014
Quinta de Pancas Grande Escolha 2011
A Quinta de Pancas é pioneira no trabalho de rigor e
qualidade numa região que vai deixando de ser desamada – era Estremadura e hoje
é Lisboa, embora chegue a Ourém.
.
Se não me foge rigor à memória, ainda antes de pertencer à
Companhia das Quintas estava na senda da produção com qualidade.
.
Não sei datas, ou não me lembro e não me apetece procurar. A
Quinta de Pancas já ganhou estatuto de clássico. Tem vários vinhos e obviamente
não valem, em termos de qualidade, todos o mesmo.
.
Este, em particular, deu-me bom prazer.
.
Como tudo na vida, não somos sempre os mesmos. Já tive o
momento da irreverência, já deixei a arrogância (assim espero), já perdi alguns
preconceitos, já me libertei de verdades de outros que assumi como minhas –
sinal de fraqueza de principiante... e por aí fora, já se percebeu.
.
Assim acontece com uma casta deste lote: a cabernet
sauvignon. É de facto uma grande casta e consegue manter identidade e uma
plasticidade ou elasticidade quanto ao local onde a plantam.
.
Criticam-na por muitas coisas e todas elas com lógica e
legitimidade. Refiro as duas que mais oiço: ser verdosa e impositiva. Quanto ao
verde, parte é característica ou carácter e muito tem de competência e/ou
empenho de quem a trabalha. Ainda verdosa como se fosse um pecado e que bom é a
fruta e (talvez às vezes) as flores. Sim, é impositiva... e aqui reina a
subjectividade do gosto e da encomenda.
.
Como tudo o que é notável (não necessariamente um elogio) é
alvo grande e apetecível para ataques. Seja, é comum que aconteça. Pois penso que essa
notabilidade é justificável – seja aplauso ou apupo – pois é uma grande casta.
.
Pois libertei-me de alguns preconceitos e opiniões condenatórias...
sim, gosto de cabernet sauvignon, mas não de todo. De monovarietais? Nem por
isso, e para todos. Mas sendo tão impositiva, penso que tanto se pode deitar a
toalha ao chão e dizer: neste lote ela põe e dispõe... e/ou antes se faça
monovarietal. Não sou produtor nem enólogo nem comerciante, que cada um fique na
sua.
.
Pois neste Quinta de Pancas Grande Escolha 2011 ocupa 35% do
lote. A petit verdot tem idêntica percentagem e a touriga nacional os restantes
30%.
.
E se disser que a touriga nacional pode ser acusada de crimes
semelhantes às do cabernet sauvignon? A seu favor está uma maior elasticidade
de comportamentos. Contra, na minha opinião, obviamente, torna-se muitas vezes
cansativa. Ora é muitas vezes demasiado frutada, até compotada... ou, pior,
excessivamente floral. Houve um monovarietal de touriga nacional que me fez
pensar que estava encarcerado num jazido atafulhado das flores oferecidas ao defunto.
.
Ok, há a questão da competência e de a saber ensinar a
comportar-se, mas isso vale para a touriga nacional como para a cabernet
sauvignon como a outra «qualquer».
.
Acerca deste vinho... a cabernet domina e não é por causa de
ter mais cinco pontos percentuais do que a touriga nacional. Sempre que as
senti juntas, França ganha a Portugal. Isso não é nem bom nem mau, é assim...
sou gordo e tal não me torna nem simpático nem antipático.
.
Gostei do nervo da cabernet sauvignon, masculina, e da
delicadeza com personalidade feminina da touriga nacional. Quanto à presença da
petit verdot... não me sinto competente para ajuizar o seu papel e desempenho, penso que provavelmente
esteja para amenizar o casal, uma espécie de criança, que anima um lar.
.
.
.
Origem: Regional Lisboa
Produtor: Companhia das Quintas
Nota: 7,5/10
domingo, junho 08, 2014
Festival do Vinho do Douro Superior visitado por 6.500 pessoas
O terceiro Festival do
Vinho do Douro Superior, realizado de 30 de Maio a 1 de Junho, em Foz Côa, foi
o mais visitado de sempre, com um total de cerca de 6.500 pessoas. O evento, da
responsabilidade da autarquia e organizado pela Revista de Vinhos, contou 72
stands no pavilhão de exposições Expo Côa.
.
No âmbito do Festival
do Vinho do Douro Superior realizou-se o tradicional concurso de vinhos desta
sub-região do Douro. Muxagat Os Xistos Altos Rabigato Branco 2011, Quinta da
Touriga Chã Tinto 2011 e Quinta do Vesúvio Porto Vintage 2012 foram os três
grandes vencedores. Em prova estiveram cerca de 150 vinhos, que foram avaliados
por um júri de 26 elementos.
.
.
.
VINHOS BRANCOS
Melhor Vinho - Muxagat Os Xistos
Altos Rabigato 2011 (Muxagat Vinhos)
.
Medalhas de Ouro:
Valle do Nídeo
Sauvignon Blanc 2013 (H. Abrantes - Douro Wines)
Duas Quintas Reserva
2011 (Adriano Ramos Pinto Vinhos)
Quinta da Canameira
Rabigato Reserva 2010 (Sampaio e Melo Cabral)
.
.
VINHOS TINTOS
Melhor Vinho - Quinta da Touriga Chã
2011 (Jorge Rosas Vinhos)
.
Medalhas de Ouro:
Quinta do Vale Meão
2011 (F. Olazabal & Filhos)
Excomungado 2011
(Quinta Vale de Pios)
Dona Berta Sousão
Reserva Especial 2011 (Hernâni Verdelho)
Quinta da Leda 2011
(Sogrape Vinhos)
Palato do Côa Escolha
2011 (5 Bagos)
D. Graça Grande
Reserva Selecção Privada 2011 (Vinilourenço)
Pathernos Grande
Reserva 2009 (Cabanas do Castanheiro)
.
.
VINHOS DO PORTO
Melhor Vinho - Quinta do Vesúvio
Vintage 2012 (Symington Family Estates)
.
Medalhas de Ouro:
Barão de Vilar
Colheita 1989 (Barão de Vilar - Vinhos)
Duorum Vintage 2011
(Duorum Vinhos)
Montinho de São Miguel Reserva 2012 recebe Grande Ouro em Bruxelas
O vinho tinto Montinho São Miguel
Reserva 2012, produzido pela Casa Agrícola Alexandre Relvas (CAAR), foi
distinguido com a «Grande Medalha de Ouro» na edição do Concurso Mundial de
Bruxelas.
.
Em comunicado, a empresa informa que mais
cinco vinhos da CAAR foram distinguidos com medalhas de Prata: Herdade São Miguel
Colheita Selecionada Branco 2013, Pimenta Preta 2012, Montinho São Miguel 2013,
Segredos São Miguel 2013 e Atlântico 2013.
Subscrever:
Mensagens (Atom)