quinta-feira, agosto 09, 2012

Quinta de Camarate Tinto 2009

Declaro aqui, do alto desta tribuna, que nunca bebi um mau vinho da autoria de Domingos Soares Franco. E conhecendo-o pessoalmente percebo porquê: o senhor é um bem-disposto. Estas coisas transmitem-se ao vinho, tá visto.
.
Eu que nunca me atrevo a entrar nas questões da relação entre a qualidade e o preço, porque de dinheiro e gosto sabe cada um de si e porque me marimbo para esse binómio, tenho desta vez (que não é a primeira) de me pronunciar. Um vinho de 7,50 euros, valor recomendado pelo produtor, com esta complexidade parece-me claramente positivo.
.
Não é um daqueles vinhos por que me apaixone perdidamente, mas faz bela figura, como fez, com os amigos. Quando um dos comensais com assento reservado cá em casa pergunta, muito curioso, o que é, é porque gosta. E dou muito valor ao gostar dos meus amigos, que me ajudam na avaliação, quando lhes peço conselho. Este amigo é bom conselheiro, avisado e exigente, além de não ser peneirento. Partilha comigo a máxima de que o vinho é bom quando dá prazer.
.
Fez-se com touriga nacional, aragonês, cabernet sauvignon e castelão. Avanço eu e digo: a mistura não é a mais óbvia, das violeta ou das cerejas compotadas e dos verdáceos pimentais da casta francesa. Também não é um pesadão ali da Península de Setúbal.
.
Achei-o até delicado. Por mim preferia-o com taninos mais rugosos. Seria talvez um contraponto à sofisticação dos aromas: figo, figo seco, tâmaras em passa e amoras. Na boca tem fruta e um leve mineral… preferia-o mais rugoso e encorpado. Mas tasse muito beeeem!
.
.
.
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 6/10
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Sem comentários: