sábado, outubro 01, 2011

Grande esperança – Quinta da Gaivosa Porto Vintage 2008


Quando se perspectivam os 254 anos da criação da Companhia Geral da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro, que estabeleceu a demarcação, a obra de Domingos Alves de Sousa é um ponto. Contudo, há já muito para apreciar no trabalho deste engenheiro civil que abraçou a lavoura, em 1987.
.
A sua primeira obra a ver a luz do dia foi o Quinta do Vale da Raposa Branco de 1991. Desde então têm sido vários os vinhos de interesse saídos das suas cinco quintas: Caldas, Aveleiras, Estação, Vale da Raposa e Gaivosa. Situada entre Vila Real e Santa Marta de Penaguião, é da Gaivosa, de encostas agrestes e xistosas, que saem as obras mais aplaudidas. A saber: Abandonado, Vinha de Lordelo e vintages.
.
Mais conhecido pelos seus vinhos do Douro, Domingos Alves de Sousa não foge da política das principais quintas vinhateiras, que se lançaram na produção de Portos, nomeadamente de vintage. Esta palavra inglesa significa o topo da classificação dos vinhos da “família” ruby, que evoluem em garrafa, a partir duma só vindima, declarada em anos de excepcional qualidade. Em oposição há a “família” tawny, que estagia em madeira.
.
O vintage de 2008 é o terceiro a ver a luz do dia, depois dos 1999 e 2003. Mas até vintage há muitos. E aqui revela-se o trabalho de excelência deste vitivinicultor, além dos Douro, nos Portos. O vintage de 2003 foi levado em braços, tendo a associação canadiana de escanções o eleito como um dos quatro melhores dessa vindima, na obra “La Bible du Porto”.
.
Bem, mas esse é o 2003… acontece que quem provou o 2008 afirma que está acima, promete muitíssimo. No actual estado, o 2003 está mais bebível, visto haver muita juventude no irmão. Quando abrir faça-o meia hora antes de o servir.
.
O enólogo, Anselmo Mendes, um dos mais respeitados do país, acredita que chegará ao auge dentro de 20 anos. Tradicionalmente, os vintage devem beber-se velhos, mas muitos são os que hoje os querem jovens, numa festa de aromas e sabores compotados.
.
Nos gostos também há preferências. Mesmo os peritos não se entendem quanto à temperatura de serviço. O produtor recomenda que se beba fresco, a 14 graus. Outros recusam fazê-lo abaixo dos 18. É provar e escolher.

Sem comentários: