quinta-feira, agosto 27, 2009

Vale da Judia 2006 (Tinto)

Quero dizer isto enquanto ainda é Verão! Há tintos que se levam muito bem no estio. Este é um deles. Embora todos mereçam cuidados.
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Não é um vinho de arromba, mas leva-se bem com carnes leves, de preferência acompanhadas com legumes. É para se beber novo. Este que provei já tinha quase três anos, mas estava em forma.
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Fixem! Começo a ficar fã da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões. Disse-o a uma amiga minha e companheira de vinhos. Ela corrigiu-me: «do Jaime Quendera!...». Tive de concordar. Bons e baratos.
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Origem: Regional Terras do Sado
Produtor: Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões
Nota: 4,5/10

Herdade do Esporão Verdelho 2008

Este Esporão foi dos brancos que melhor me soube neste Verão. Houve que lhe levou a palma (por acaso ainda não o postei, mas... quem sabe), porém, nestes calores tenho andado chato com o que bebo.
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Quando o apreciei houve uma coisa de que gostei: o preço! Dezasseis euros em restaurante parece-me absolutamente aceitável. O que não gostei foi do serviço, que, como é costume neste país, peca pela ignorância; veio bem frio e com manga térmica, pelo que tive de a tirar (não veio grande mal ao mundo por o ter sido eu a fazê-lo) e esperar que a temperatura se aproximasse dos valores recomendáveis. Ainda tive uma mini discussão com o empregado, que insistiu que eu tinha de o beber por uma flute (minúscula e má, por sinal) e não pelos copos que indiquei, que, não sendo bons, sempre eram melhores. Bem, mas esses problemas não foram do vinho.
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Achei-o elegante e cosmopolita. Não é um vinho de piscina típico, mas não ficaria mal numa tarde de prazeres junto à água. Podia não ser português, embora o seja, até na casta que o faz. Apreciei as citações de citrinos e de frutas tropicais sem enjoo.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade do Esporão
Nota: 6/10

Vila Santa 2006

Esta marca é um valor seguro. E aos anos que já vai para o mercado, é um feito. É bom haver marcas em que se tem confiança.
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Foi este o raciocínio da minha amiga Gi quando o comprou para iluminar o jantar comigo. Fiz um sorriso aberto. E ela, receosa, achava que eu só complico nestas coisas e situações... devo meditar sobre o assunto.
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É algo floral, mas nele se nota bem a madeira. Sem exageros, diria que, felizmente, pouco aletejanão. Manifestamente interessante e prazenteiro.
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Por fim, quero apenas notar o preço. Não que seja estrambólico, mas pelo mesmo valor já se conseguem algumas coisinhas mais salivantes. Os produtores têm de começar a avaliar melhor os seus preços; a tendência tem de ser para baixo, sob pena de virem outros ganhar mercado. Este achei-o um a dois euros acima do merecido.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 6/10

Porta dos Cavaleiros 2000

Há vinho que lembram o antigamente. Esta é uma marca clássica duma região tradicional. Uma boa surpresa, agradável a revelação, muito acima da percepção da moda, da indicação do preço ou do preconceito snobe.
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Lembra-me os almoços domingueiros lá em casa. Não querendo entrar em intimidades, digo que há uns anos abati uma que «sobrara» ao meu pai... era de 1983 e estava em grande forma, mas, infelizmente, não fiz apontamento.
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É um vinho fora de época (e de momento - é Verão e os cuidados exigem-se) e a quem o tempo já ajuda no resultado final. Sinceramente, gostei!
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Origem: Dão
Produtor: Caves São João / Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos.
Nota: 5,5/10

domingo, agosto 16, 2009

Quinta do Soque 2006

Tem um corpo médio e deixa-se beber com facilidade. Gostei da cor rubi e da presença da madeira. Achei que a touriga franca brilha sobre as outras castas, o que sempre é uma desvantagem, por uma se sobrepor às outras. Bebe-se agradavelmente. Não quer ser mais do que é, e é muito mais do que os concorrentes neste nível de preços. Paguei 10,50 euros em restaurante e fiquei satisfeito. Espero que este jovem produtor tenha sucesso e que a um bom produto não suceda uma mercadoria desinteressante.
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Origem: Douro
Produtor: Quinta do Soque
Nota: 5/10

terça-feira, agosto 11, 2009

Mulher bebendo vinho





















Pintura de Gerard Ter Borch II.

Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2007

Normalmente não gosto de surpresas... é um lugar-comum dize-lo. Ou melhor, devia dizer que não gosto de surpresas desagradáveis. Gostei deste vinho, o que já não é surpresa. Portanto, gostei e não foi surpresa, apesar de surpreendente.
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Nele sobressai a madeira, mas também a fruta preta e vermelha, mais da primeira. Elegantíssimos taninos.
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Veredito: delicioso e bastante guloso.
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Origem: Douro
Produtor: Quinta do Crasto
Nota: 8/10