quarta-feira, julho 08, 2009

Muralhas de Monção Rosé 2008

Gosto do Muralhas branco. Penso ser um vinho honesto, descontraído e feliz com a comida. Por isso, fui esperançado no irmão rosado desse vinho Verde. Contudo, a aposta não mereceu. Este não merece comida nem grande convívio.
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Eu, que normalmente me marimbo para a relação entre a qualidade e o preço, aprecio esse equilíbrio no Muralhas Branco. Coisa que não existe no Rosé. A garrafa custou menos de quatro euros e não merecia mais do que um euro e meio.
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O tio dum amigo meu arreliava-se quando abria uma garrafa de Vinho do Porto com algum porte e lhe diziam que era docinho, banalizando e desvalorizando a nobreza do vinho. Pois, por analogia e por castigo digo deste vinho que é fresquinho. Tão simplesmente porque se bebe a uma temperatura feliz para a canícula.
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No nariz lembra rebuçado. Na boca é dum doce enjoativo e desinteressante. O que tem de frescura de temperatura física, mérito do arrefecimento artificial, falta-lhe em frescura natural. É um aborrecimento. Não gostei também de ser frisante.
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Não digo que o vinho seja mal feito, porque quem o faz já deu muitas e regulares provas de saber fazer vinho. Digo é que há momentos e produtos infelizes. As uvas que o fizeram mereciam descanso e não prensagem. Só por serem quem são é que subo meio ponto à mais baixa das minhas classificações positivas.
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Adega Cooperativa de Monção
Nota: 3,5/10

2 comentários:

Eira-Velha disse...

Perfeitamente de acordo. Foi um vinho a pensar em quem não sabe o que é vinho e o resultado é, simplesmente, fresquinho.
Se ali se faz bom vinho, para quê esta aberração? Na arte de fazer vinho não deve valer tudo. Faz-me lembrar o vinho leve da estremadura...

João Barbosa disse...

Exactamente. lembra o vinho leve. Não me lembrei dessa comparação, mas concordo inteiramente consigo.